A árvore generosa eleva-se à
beira da estrada.
Os viandantes que passam
famintos e exaustos buscam-lhe os frutos.
E, no desvario de suas
necessidades, atiram-lhe pedras.
Espancam-na com varas.
Sacodem-lhe os galhos.
Quebram-lhe as grimpas.
Talam-lhe as folhas.
Sufocam-lhe as flores.
Esmagam-lhe os brotos tenros.
Ferem-lhe o tronco. Mas, a árvore, sem queixa nem revolta, balouçando as
frondes, doa, a todos que a. maltratam, os frutos substanciosos e opimos de sua
própria seiva.
Esse é o seu destino.
*
Também na estrada da
existência onde você vive, transitam os viajores da evolução apresentando
múltiplas exigências a lhe rogarem auxilio.
E, na loucura de seus
caprichos, atiram-lhe pedras de ingratidão.
Espancam-lhe o nome com as
varas da injúria. Sacodem-lhe o coração a golpes de violência. Quebram-lhe
afeições preciosas, usando a calúnia.
Talam-lhe os serviços com a
tesoura da incompreensão.
Sufocam-lhe os sonhos nos
gases deletérios da crueldade.
Esmagam-lhe as esperanças com
as pancadas da crítica.
Ferem-lhe os ideais com a
lâmina da ironia. A todos, porém, sorrindo fraternalmente, aprenda com a
árvore generosa a doar os frutos do próprio esforço, sem revolta e sem queixa.
*
Espírita, não estranhe se esse
é o seu destino.
Quando esteve humanizado entre
nós, com amor incomum, esse foi o destino de Jesus, Nosso Mestre.
De "Bem-Aventurados os Simples", de Waldo Vieira - Valérium
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