domingo, 26 de agosto de 2012

Reunião de 26/08/2012 (ESDE I)


Vimos sobre a formação da Terra e sobre a classificação dos seres.
A formação da Terra, no Espiritismo, é a mesma da Geologia. Foi enfatizado que, nisso, o Espiritismo vai acompanhar rigorosamente a ciência: se essa mudar seu ponto de vista, o Espiritismo a acompanhará.
A classificação dos seres vivos obedecem  a dois critérios: ponto de vista material e ponto de vista moral.
O material divide os seres em dois: orgânicos e inorgânicos. Os orgânicos são mais complexos e passíveis de serem vitalizados pelo princípio vital. Os inorgânicos são mais simples e não passíveis de serem vitalizados pelo princípio vital.
O moral divide os seres em quatro: minerais, plantas, animais e homens.
Os minerais têm força mecânica. As plantas têm essa e a vitalidade; destaca-se que não têm instinto, mas apenas afinidade. Os animais têm o que as plantas têm mais uma inteligência instintiva, descontínua e limitada as suas necessidades; além disso, têm consciência de sua existência e de sua individualidade. O homem tem o que tem o animal tem e uma inteligência especial e contínua, apreensão parcial do futuro e a consciência da existência de Deus.
Estudamos os tópicos que falam sobre os vegetais e os animais. Ficou, do roteiro, faltando apenas o que se refere ao homem.
Ficaram duas dúvidas: o que é princípio orgânico (aceitou-se a conceituação provisória de que é a matéria orgânica passível de vitalização) e o que é instinto. O Espiritismo diz que o instinto é sempre algo bom. Assim, não há sentido em se falar em instinto assassino, em instinto macabro etc. Esses seriam fruto do abuso de dons. Esse abuso, quando automatizado, é chamado de paixão. Assim, essa difere do instinto no seu conteúdo: o instinto seria sempre bom e a paixão, por ser um abuso, sempre má.
Mas essa é uma interpretação do que seja a paixão. Não lembramos de ser essa a conceituação espírita. Está aberto o debate e o aprendizado.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PAZ


 
Na aplicação de qualquer receita destinada à composição da felicidade, não te esqueças do aviso de que a felicidade nasce de ti mesmo.
Não aguardes do mundo a segurança que tão somente poderá ser construída por ti mesmo, dentro de ti.
Nunca menosprezes o trabalho que a vida te confiou.
A tarefa que desempenhas hoje é a base de teu apoio futuro.
Aceita-te como és e com aquilo de que disponhas para realizar o melhor que possas.
Observa que não existe criatura alguma destituída de valor e da qual não venhas a necessitar algum dia.
Quanto possível, conserva a luz da virtude que te norteia a elevação, mas não permitas que a tua virtude viva sem escadas para descer ao encontro daqueles que se debatem sob a ventania da adversidade a te pedirem socorro e compreensão.
Sê fiel ao campo da verdade que abraças, sem desconsiderar a parte da verdade em que os outros se encontram.
Usa a paciência nas pequenas dificuldades para que te não falte serenidade nas grandes crises que todos somos levados a facear nas trilhas do tempo.
Não te apegues aos anseios da juventude, nem te acomodes com o cansaço de muitos que ainda não aprenderam a viver com a criatividade da madureza.
Recorda que até hoje ninguém descobriu o ponto de interação onde termina a fadiga e começa a ociosidade.
Em qualquer tempo, exercita a fortaleza espiritual para que as tuas energias não se dissolvam, de inesperado, quando as calamidades da experiência humana se façam inevitáveis.
Resigna-te a transitar no mundo, entre os que se te revelem na condição de opositores naturais aos teus pontos de vista, mas não formes inimigos nem cultives ressentimentos.
Não abuses e nem brinques com os sentimentos alheios.
Guarda a tua paz, ainda mesmo nas grandes lutas.
Não creias em pessimismo e derrota, solidão e abandono, porque, se amas conforme determinam as Leis do Universo, descobrirás a beleza e a alegria em qualquer circunstância e em qualquer parte da Terra.
E jamais desesperes, porquanto sejas quem sejas e estejas onde estiveres, ninguém te pode furtar o privilégio da imortalidade e nem te arredar do esquema de Deus.
EMMANUEL
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião
pública da noite de 26 de Janeiro de 1973, na Comunhão
Espírita Cristã, em Uberaba, Minas Gerais

NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Laços de afeto



Do poeta e escritor gaúcho Mário Quintana, encontramos uma preciosidade que fala sobre algo muito simples: um laço.
Escreveu ele: Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita... Dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah, então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!
*   *   *
Tem toda razão o poeta em sua analogia. Amor e amizade são sentimentos altruístas.
Quem ama somente deseja o bem do ser amado. Por isso, não interfere em suas escolhas, em seus desejos.
Sugere, opina, mas deixa livre o outro para a tomada das próprias decisões.
Quem ama auxilia o amado a atingir seus objetivos. Nunca cobra o ofertado, nem exige nada em troca.
Quem ama não aprisiona o amado, não o algema ao seu lado. Ama e deixa o amado livre para estender suas asas.
Assim crescem os dois, pois há espaços para ambos conquistarem.
Na amizade, não se faz diferente o panorama. O verdadeiro amigo não deseja que o outro pense como ele próprio pois reconhece que os pensamentos são criações originais de cada um.
Entende que o amigo é uma bênção que lhe cabe cultivar e o auxilia a realizar a sua felicidade sem cogitar da sua própria.
Sente-se feliz com o bem daquele a quem devota amizade. Entende que cada criatura humana é um ser inteligente em transformação e que, por vezes, poderão ocorrer mudanças na forma de pensar, de agir do outro.
Mudanças que nem sempre estarão na mesma direção das suas próprias escolhas.
O amigo enxerga defeitos no coração do outro, mas sabe amá-lo e entendê-lo mesmo assim.
E, se ventos diversos se apresentam, criando distâncias entre ambos, jamais buscará desacreditar ou desmoralizar aquele amigo.
Tudo isso, porque a ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
Um laço que ata... Um laço que se desata..
Aqueles a quem oferecemos o coração, poderão se distanciar, buscar outros caminhos, atravessar outras fronteiras.
Eles têm o direito de assim proceder, se o desejarem. De nossa parte, lembremos da leveza do laço e cuidemos para que não se transforme em nó, que prende e retém.

Redação do Momento Espírita, com base em versos do poeta Mário Quintana e no cap. 12, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.
Em 02.02.2011.

Hotéis de gelo



Você abre seus olhos e enxerga a luz suave e difusa da fibra ótica e do amanhecer.
O gelo circunda você. Parte dele entalhado em forma de móveis e esculturas, parte na forma de blocos maciços que compõem as paredes, o teto e até mesmo o piso.
Apesar da beleza do quarto, porém, é hora de levantar. Afinal, a temperatura do seu cômodo é de menos cinco a menos oito graus celsius, e você acabou de passar a noite em um saco de dormir sobre uma base de gelo.
Esta é parte da experiência pela qual muitos passam quando se hospedam nos chamadoshotéis de gelo.
São edificações inteiras, com quartos, salas, recepção, salões, restaurantes, construídas apenas com blocos de gelo.
Anualmente, em algumas regiões do planeta, essas obras incomparáveis da engenharia moderna são edificadas para receber hóspedes de todo o mundo.
São, usualmente, construídas ao lado de grandes rios, onde é possível se obter água, congelá-la e cortar em grandes blocos de gelo, levando-os ao local da construção.
Além de engenheiros especializados, são convidados sempre escultores, artistas de várias regiões do globo, que trabalham no acabamento final de cada quarto.
Porém, o mais intrigante de tudo, é que esses iglus de luxo permanecem em pé, funcionando, apenas por quatro ou cinco meses cada ano.
Depois desse tempo, eles, literalmente, viram água, derretem, voltam a ser rio.
Por mais que os engenheiros e artistas, que participam da construção desejem se apegar à sua obra de arte, não podem, pois sua criação dura pouco tempo.
Isso não os desestimula de forma alguma. Ano após ano estão lá, construindo um hotel diferente, sempre com o máximo de capricho e beleza possíveis.
*   *   *
Será que a vida na Terra não é como se viver num hotel de gelo?
Usufruímos das coisas, mas elas não nos pertencem. Elas voltam para o rio da vida, quando retornamos ao mundo espiritual.
Desse modo, o que ganhamos, ao erguer nossos edifícios na Terra, ao fazer conquistas materiais, não são os bens propriamente ditos, mas sim as edificações na alma.
O prêmio por anos de trabalho honesto, dedicado e sério, não são imóveis, ações, veículos, etc.
É a disciplina conquistada. É a inteligência desenvolvida. É a capacidade de gerenciar pessoas, de encontrar soluções para problemas com maior facilidade.
Esses, sim, são alguns bens do Espírito, que não perdemos, que não derretem após o inverno.
É importante ter objetivos relacionados à matéria, certamente. Temos como missão trabalhar pela melhoria material do planeta.
Contudo, é imprescindível que não nos apeguemos às coisas, perdendo o foco de nossas verdadeiras metas na encarnação.
A escultura de gelo pode derreter, se desfazer, porém, o escultor sai melhor de cada experiência, sai mais maduro e capaz a cada obra esculpida com dedicação.
Aí está a verdadeira conquista.

Redação do Momento Espírita.
Em 01.02.2010.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Rei diferente



Ser rei significava, no passado, ser superior aos demais. Em alguns casos, era a conquista de uma condição que se atribuía divina.
A personalidade real se conduzia como se tudo, à sua volta, lhe devesse obediência e bajulação. Eternos no poder, pensavam alguns.
Contudo, bastava uma alteração dos ventos políticos ou uma reviravolta no tonel das paixões dos adversários, e eram despidos de todo o poder.
Houve quem se acreditasse o mais belo, o mais inteligente, o mais perfeito. Houve quem se intitulasse o rei sol, em torno do qual deveriam estabelecer as suas órbitas os planetas das vaidades humanas.
Disfarçavam-se com roupas exóticas e ricas, sem que elas lhes pudessem ocultar as torpezas morais.
Em verdade, embora nem todos ostentem coroas de ouro e pedras preciosas, muitos dos que detêm o poder, ainda hoje apresentam algumas dessas expressões comportamentais.
E, contudo, as insígnias do poder continuam a se transferir de um para outro, ao sabor dos caprichos humanos.
*   *   *
Ele, no entanto, é um Rei diferente.
Seu reino não é deste mundo. Expande-se muito além das fronteiras físicas e é mais rico do que todos os reinos da Terra juntos.
Seu reinado abrange o território ilimitado da intimidade das criaturas. São as paisagens e regiões do sentimento, onde podem ser colocadas as balizas da fraternidade.
Os Seus interesses são os do Pai que O criou. Neste mundo de formas transitórias, Ele figura acima das disputas mesquinhas de teor material.
Sua coroa e Seu cetro são o amor. Indestrutível no tempo. Seus seguidores, ao longo dos séculos, foram queimados, torturados, sem que desistissem dos tesouros da alma de que eram depositários fiéis.
Esse Rei tão poderoso escreveu a legislação do Seu Reino, de forma indelével, nos corações e nas mentes.
Por isso, os anos se somaram e a verdade continua chegando aos ouvidos que desejam ouvir, no idioma de cada um, porque ditada com a força da verdade.
Rei solar, tomou de uma roupagem semelhante a de todos os Seus súditos e viveu entre eles, durante um pouco mais de três décadas.
Mas extrapolou as fronteiras da nação que O recebeu e atravessou as idades, sem ter empanado o brilho da Sua vitória.
Ele venceu a morte e o mundo. Os homens O desejaram destruir, matando-Lhe o corpo físico. Ele retornou, cheio de luz, conforme anunciara, em uma indumentária indestrutível.
Ao contrário de todos os que reinam e reinaram sobre homens, Ele informou que viera para servir.
E realizou tarefas consideradas humilhantes, à época, quais a de lavar os pés de todos os Seus apóstolos, em célebre noite de despedida.
Inteligência superior a todas as que já passaram por este planeta, soube falar às gentes, com doçura, ensinando a verdade que liberta e torna felizes as criaturas.
Senhor dos Espíritos, demonstrou por atos e manifestou por palavras de que estava na Terra para cumprir a vontade de Deus, Pai dos céus, Criador do Universo.
Este Rei se chama Jesus. E, embora tenha partido da Terra, há mais de dois mil anos, a gratidão e a esperança dos homens comemoram Seu aniversário todos os anos.
Rei solar. Senhor dos Espíritos. Pastor de almas. Servidor.
Jesus, o Cristo.
Redação do Momento Espírita.

sábado, 10 de dezembro de 2011

REALIZAMOS HOJE O PRIMEIRO EVANGELHO NA SEJD

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
A vida futura
A realeza de Jesus
O ponto de vista
Instruções dos Espíritos: Uma realeza terrena
1. Tornou a entrar Pilatos no palácio, e chamou a Jesus, e disse:
Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu reino não é
deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certo que os
meus ministros haveriam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu reino não é daqui. Disse
então Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes. Eu
sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha
voz. (João, 18:33, 36 e 37)
A VIDA FUTURA
2 Jesus diz claramente, por estas palavras, que a vida futura, à
qual em muitas circunstâncias se referiu, é a meta a que se destina a
Humanidade, devendo ser o objeto das principais preocupações do
homem na Terra. Em todos os seus ensinamentos ressalta este grande princípio. Sem a vida futura, de fato, a maioria de seus ensinamentos
morais não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que aqueles que
não acreditam na vida futura, imaginando que Jesus só falava da vida
presente, não os entendem, ou os acham ingênuos.
Este dogma* pode, portanto, ser considerado como o principal
ponto do ensinamento do Cristo. Por isso foi colocado como um dos
primeiros, no início desta obra, pois deve ser o objetivo de todos os
homens; apenas ele pode justificar as anormalidades da vida terrena
  • e ajustar-se de conformidade com a justiça de Deus.

Caridade

Caridade é , sobretudo, amizade.

Para o faminto - é o prato de sopa.

Para o triste - é a palavra consoladora.

Para o mau - é a paciência com que nos compete auxiliá-lo

Para o desesperado - é o auxílio do coração.

Para o ignorante - é o ensino despretensioso.

Para o ingrato - é o esquecimento.

Para o enfermo - é a visita pessoal.

Para o estudante - é o concurso no aprendizado.

Para a crianca - é a proteção construtiva.

Para o velho - é o braço irmão.

Para o inimigo - é o silêncio.

Para o amigo - é o estímulo.

Para o transviado - é o entendimento.

Para o orgulhoso - é a humildade.

Para o colérico - é a calma.

Para o preguiçoso - é o trabalho.

Para o impulsivo - é a serenidade.

Para o leviano - é a tolerância.

Para o deserdado da Terra - é a expressão de carinho.

Caridade é amor, em manifestação incessante e crescente. É o sol de mil faces, brilhando para todos, e o gênio de mil mãos, amparando, indistintamente, na obra do bem, onde quer que se encontre, entre justos e injustos, bons e maus, felizes e infelizes, por que, onde estiver o Espírito do Senhor aí se derrama a claridade constante dela, a benefício do mundo inteiro.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Viajor.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Araras, SP: IDE, 1985.