quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PAZ


 
Na aplicação de qualquer receita destinada à composição da felicidade, não te esqueças do aviso de que a felicidade nasce de ti mesmo.
Não aguardes do mundo a segurança que tão somente poderá ser construída por ti mesmo, dentro de ti.
Nunca menosprezes o trabalho que a vida te confiou.
A tarefa que desempenhas hoje é a base de teu apoio futuro.
Aceita-te como és e com aquilo de que disponhas para realizar o melhor que possas.
Observa que não existe criatura alguma destituída de valor e da qual não venhas a necessitar algum dia.
Quanto possível, conserva a luz da virtude que te norteia a elevação, mas não permitas que a tua virtude viva sem escadas para descer ao encontro daqueles que se debatem sob a ventania da adversidade a te pedirem socorro e compreensão.
Sê fiel ao campo da verdade que abraças, sem desconsiderar a parte da verdade em que os outros se encontram.
Usa a paciência nas pequenas dificuldades para que te não falte serenidade nas grandes crises que todos somos levados a facear nas trilhas do tempo.
Não te apegues aos anseios da juventude, nem te acomodes com o cansaço de muitos que ainda não aprenderam a viver com a criatividade da madureza.
Recorda que até hoje ninguém descobriu o ponto de interação onde termina a fadiga e começa a ociosidade.
Em qualquer tempo, exercita a fortaleza espiritual para que as tuas energias não se dissolvam, de inesperado, quando as calamidades da experiência humana se façam inevitáveis.
Resigna-te a transitar no mundo, entre os que se te revelem na condição de opositores naturais aos teus pontos de vista, mas não formes inimigos nem cultives ressentimentos.
Não abuses e nem brinques com os sentimentos alheios.
Guarda a tua paz, ainda mesmo nas grandes lutas.
Não creias em pessimismo e derrota, solidão e abandono, porque, se amas conforme determinam as Leis do Universo, descobrirás a beleza e a alegria em qualquer circunstância e em qualquer parte da Terra.
E jamais desesperes, porquanto sejas quem sejas e estejas onde estiveres, ninguém te pode furtar o privilégio da imortalidade e nem te arredar do esquema de Deus.
EMMANUEL
Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião
pública da noite de 26 de Janeiro de 1973, na Comunhão
Espírita Cristã, em Uberaba, Minas Gerais

NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Laços de afeto



Do poeta e escritor gaúcho Mário Quintana, encontramos uma preciosidade que fala sobre algo muito simples: um laço.
Escreveu ele: Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... Uma fita... Dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola. Vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... Devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah, então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço!
*   *   *
Tem toda razão o poeta em sua analogia. Amor e amizade são sentimentos altruístas.
Quem ama somente deseja o bem do ser amado. Por isso, não interfere em suas escolhas, em seus desejos.
Sugere, opina, mas deixa livre o outro para a tomada das próprias decisões.
Quem ama auxilia o amado a atingir seus objetivos. Nunca cobra o ofertado, nem exige nada em troca.
Quem ama não aprisiona o amado, não o algema ao seu lado. Ama e deixa o amado livre para estender suas asas.
Assim crescem os dois, pois há espaços para ambos conquistarem.
Na amizade, não se faz diferente o panorama. O verdadeiro amigo não deseja que o outro pense como ele próprio pois reconhece que os pensamentos são criações originais de cada um.
Entende que o amigo é uma bênção que lhe cabe cultivar e o auxilia a realizar a sua felicidade sem cogitar da sua própria.
Sente-se feliz com o bem daquele a quem devota amizade. Entende que cada criatura humana é um ser inteligente em transformação e que, por vezes, poderão ocorrer mudanças na forma de pensar, de agir do outro.
Mudanças que nem sempre estarão na mesma direção das suas próprias escolhas.
O amigo enxerga defeitos no coração do outro, mas sabe amá-lo e entendê-lo mesmo assim.
E, se ventos diversos se apresentam, criando distâncias entre ambos, jamais buscará desacreditar ou desmoralizar aquele amigo.
Tudo isso, porque a ventura real da amizade é o bem dos entes queridos.
Um laço que ata... Um laço que se desata..
Aqueles a quem oferecemos o coração, poderão se distanciar, buscar outros caminhos, atravessar outras fronteiras.
Eles têm o direito de assim proceder, se o desejarem. De nossa parte, lembremos da leveza do laço e cuidemos para que não se transforme em nó, que prende e retém.

Redação do Momento Espírita, com base em versos do poeta Mário Quintana e no cap. 12, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.
Em 02.02.2011.

Hotéis de gelo



Você abre seus olhos e enxerga a luz suave e difusa da fibra ótica e do amanhecer.
O gelo circunda você. Parte dele entalhado em forma de móveis e esculturas, parte na forma de blocos maciços que compõem as paredes, o teto e até mesmo o piso.
Apesar da beleza do quarto, porém, é hora de levantar. Afinal, a temperatura do seu cômodo é de menos cinco a menos oito graus celsius, e você acabou de passar a noite em um saco de dormir sobre uma base de gelo.
Esta é parte da experiência pela qual muitos passam quando se hospedam nos chamadoshotéis de gelo.
São edificações inteiras, com quartos, salas, recepção, salões, restaurantes, construídas apenas com blocos de gelo.
Anualmente, em algumas regiões do planeta, essas obras incomparáveis da engenharia moderna são edificadas para receber hóspedes de todo o mundo.
São, usualmente, construídas ao lado de grandes rios, onde é possível se obter água, congelá-la e cortar em grandes blocos de gelo, levando-os ao local da construção.
Além de engenheiros especializados, são convidados sempre escultores, artistas de várias regiões do globo, que trabalham no acabamento final de cada quarto.
Porém, o mais intrigante de tudo, é que esses iglus de luxo permanecem em pé, funcionando, apenas por quatro ou cinco meses cada ano.
Depois desse tempo, eles, literalmente, viram água, derretem, voltam a ser rio.
Por mais que os engenheiros e artistas, que participam da construção desejem se apegar à sua obra de arte, não podem, pois sua criação dura pouco tempo.
Isso não os desestimula de forma alguma. Ano após ano estão lá, construindo um hotel diferente, sempre com o máximo de capricho e beleza possíveis.
*   *   *
Será que a vida na Terra não é como se viver num hotel de gelo?
Usufruímos das coisas, mas elas não nos pertencem. Elas voltam para o rio da vida, quando retornamos ao mundo espiritual.
Desse modo, o que ganhamos, ao erguer nossos edifícios na Terra, ao fazer conquistas materiais, não são os bens propriamente ditos, mas sim as edificações na alma.
O prêmio por anos de trabalho honesto, dedicado e sério, não são imóveis, ações, veículos, etc.
É a disciplina conquistada. É a inteligência desenvolvida. É a capacidade de gerenciar pessoas, de encontrar soluções para problemas com maior facilidade.
Esses, sim, são alguns bens do Espírito, que não perdemos, que não derretem após o inverno.
É importante ter objetivos relacionados à matéria, certamente. Temos como missão trabalhar pela melhoria material do planeta.
Contudo, é imprescindível que não nos apeguemos às coisas, perdendo o foco de nossas verdadeiras metas na encarnação.
A escultura de gelo pode derreter, se desfazer, porém, o escultor sai melhor de cada experiência, sai mais maduro e capaz a cada obra esculpida com dedicação.
Aí está a verdadeira conquista.

Redação do Momento Espírita.
Em 01.02.2010.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Rei diferente



Ser rei significava, no passado, ser superior aos demais. Em alguns casos, era a conquista de uma condição que se atribuía divina.
A personalidade real se conduzia como se tudo, à sua volta, lhe devesse obediência e bajulação. Eternos no poder, pensavam alguns.
Contudo, bastava uma alteração dos ventos políticos ou uma reviravolta no tonel das paixões dos adversários, e eram despidos de todo o poder.
Houve quem se acreditasse o mais belo, o mais inteligente, o mais perfeito. Houve quem se intitulasse o rei sol, em torno do qual deveriam estabelecer as suas órbitas os planetas das vaidades humanas.
Disfarçavam-se com roupas exóticas e ricas, sem que elas lhes pudessem ocultar as torpezas morais.
Em verdade, embora nem todos ostentem coroas de ouro e pedras preciosas, muitos dos que detêm o poder, ainda hoje apresentam algumas dessas expressões comportamentais.
E, contudo, as insígnias do poder continuam a se transferir de um para outro, ao sabor dos caprichos humanos.
*   *   *
Ele, no entanto, é um Rei diferente.
Seu reino não é deste mundo. Expande-se muito além das fronteiras físicas e é mais rico do que todos os reinos da Terra juntos.
Seu reinado abrange o território ilimitado da intimidade das criaturas. São as paisagens e regiões do sentimento, onde podem ser colocadas as balizas da fraternidade.
Os Seus interesses são os do Pai que O criou. Neste mundo de formas transitórias, Ele figura acima das disputas mesquinhas de teor material.
Sua coroa e Seu cetro são o amor. Indestrutível no tempo. Seus seguidores, ao longo dos séculos, foram queimados, torturados, sem que desistissem dos tesouros da alma de que eram depositários fiéis.
Esse Rei tão poderoso escreveu a legislação do Seu Reino, de forma indelével, nos corações e nas mentes.
Por isso, os anos se somaram e a verdade continua chegando aos ouvidos que desejam ouvir, no idioma de cada um, porque ditada com a força da verdade.
Rei solar, tomou de uma roupagem semelhante a de todos os Seus súditos e viveu entre eles, durante um pouco mais de três décadas.
Mas extrapolou as fronteiras da nação que O recebeu e atravessou as idades, sem ter empanado o brilho da Sua vitória.
Ele venceu a morte e o mundo. Os homens O desejaram destruir, matando-Lhe o corpo físico. Ele retornou, cheio de luz, conforme anunciara, em uma indumentária indestrutível.
Ao contrário de todos os que reinam e reinaram sobre homens, Ele informou que viera para servir.
E realizou tarefas consideradas humilhantes, à época, quais a de lavar os pés de todos os Seus apóstolos, em célebre noite de despedida.
Inteligência superior a todas as que já passaram por este planeta, soube falar às gentes, com doçura, ensinando a verdade que liberta e torna felizes as criaturas.
Senhor dos Espíritos, demonstrou por atos e manifestou por palavras de que estava na Terra para cumprir a vontade de Deus, Pai dos céus, Criador do Universo.
Este Rei se chama Jesus. E, embora tenha partido da Terra, há mais de dois mil anos, a gratidão e a esperança dos homens comemoram Seu aniversário todos os anos.
Rei solar. Senhor dos Espíritos. Pastor de almas. Servidor.
Jesus, o Cristo.
Redação do Momento Espírita.

sábado, 10 de dezembro de 2011

REALIZAMOS HOJE O PRIMEIRO EVANGELHO NA SEJD

MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO
A vida futura
A realeza de Jesus
O ponto de vista
Instruções dos Espíritos: Uma realeza terrena
1. Tornou a entrar Pilatos no palácio, e chamou a Jesus, e disse:
Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: O meu reino não é
deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certo que os
meus ministros haveriam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu reino não é daqui. Disse
então Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes. Eu
sou rei. Eu não nasci nem vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade; todo aquele que é da verdade ouve a minha
voz. (João, 18:33, 36 e 37)
A VIDA FUTURA
2 Jesus diz claramente, por estas palavras, que a vida futura, à
qual em muitas circunstâncias se referiu, é a meta a que se destina a
Humanidade, devendo ser o objeto das principais preocupações do
homem na Terra. Em todos os seus ensinamentos ressalta este grande princípio. Sem a vida futura, de fato, a maioria de seus ensinamentos
morais não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que aqueles que
não acreditam na vida futura, imaginando que Jesus só falava da vida
presente, não os entendem, ou os acham ingênuos.
Este dogma* pode, portanto, ser considerado como o principal
ponto do ensinamento do Cristo. Por isso foi colocado como um dos
primeiros, no início desta obra, pois deve ser o objetivo de todos os
homens; apenas ele pode justificar as anormalidades da vida terrena
  • e ajustar-se de conformidade com a justiça de Deus.

Caridade

Caridade é , sobretudo, amizade.

Para o faminto - é o prato de sopa.

Para o triste - é a palavra consoladora.

Para o mau - é a paciência com que nos compete auxiliá-lo

Para o desesperado - é o auxílio do coração.

Para o ignorante - é o ensino despretensioso.

Para o ingrato - é o esquecimento.

Para o enfermo - é a visita pessoal.

Para o estudante - é o concurso no aprendizado.

Para a crianca - é a proteção construtiva.

Para o velho - é o braço irmão.

Para o inimigo - é o silêncio.

Para o amigo - é o estímulo.

Para o transviado - é o entendimento.

Para o orgulhoso - é a humildade.

Para o colérico - é a calma.

Para o preguiçoso - é o trabalho.

Para o impulsivo - é a serenidade.

Para o leviano - é a tolerância.

Para o deserdado da Terra - é a expressão de carinho.

Caridade é amor, em manifestação incessante e crescente. É o sol de mil faces, brilhando para todos, e o gênio de mil mãos, amparando, indistintamente, na obra do bem, onde quer que se encontre, entre justos e injustos, bons e maus, felizes e infelizes, por que, onde estiver o Espírito do Senhor aí se derrama a claridade constante dela, a benefício do mundo inteiro.
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Viajor.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Araras, SP: IDE, 1985.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

AMANHÃ

Chico Xavier / Emmanuel

Diz o preguiçoso: "amanhã farei."
Exclama o fraco: "amanhã, terei forças."
Assevera o delinquente: "amanhã regenero-me."

É imperioso reconhecer, porém, que a criatura, adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda, em verdade, a noção real do tempo. Quem não aproveita a bênção do dia, vive distante da glória do século. Alma sem coragem de avançar cem passos, não caminhará vinte mil.

O lavrador que perde a hora de semear, não consegue prever as consequências da procrastinação do serviço a que se devota, porque, entre uma hora e outra, podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.

Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida, contudo, a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.

Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos. Se todas as aves possuem asas, nem todas se ajustam à mesma tarefa, nem planam no mesmo nível.

A andorinha voa na direção do clima primaveril, mas o corvo, de modo geral, se consagra, em qualquer tempo, aos detritos do chão.

Aquilo que o homem procura agora, surpreenderá amanhã, à frente dos olhos e em torno do coração.
  • Cuida, pois, de fazer, sem delonga, quanto deve ser feito a benefício de tua própria felicidade, porque o amanhã será muito agradável e benéfico somente para aquele que trabalha no bem, que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa, valorosamente, nas abençoadas hora de hoje.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O homem e o tempo


No mundo moderno, parece que o tempo é um artigo de luxo.
São constantes as reclamações a respeito de sua falta.
Muitos se dizem atarefados em excesso.
Incontáveis afirmam que o tempo parece passar cada vez mais rápido.
Envoltos em inúmeros afazeres, sentem-se autênticos reféns da vida.
Essa dificuldade humana para bem administrar o tempo não constitui algo novo.
O Espírito Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, já tratou dela.
Certa feita, ele afirmou que o tempo não passa pelo homem, mas que o homem, sim, passa pelo tempo.
A diferença pode parecer sutil, mas é muito importante.
Quando se está parado e algo passa, surge uma certa sensação de lerdeza ou imobilidade, pois não se consegue acompanhar o que vai adiante.
O fenômeno apresenta-se diferente quando é o homem que passa e segue em frente.
Segundo o dizer de Emmanuel, é justamente isso que ocorre em relação ao tempo.
O homem é que se movimenta e direciona o seu viver, ao longo do tempo que lhe é dado.
Sendo assim, ele é quem dita o ritmo de sua vida.
Essa imagem feliz procura desvincular o ser humano de um sentir deletério em relação ao fenômeno temporal.
Ela busca capacitá-lo para viver em plenitude o momento presente.
Sem remorsos pelo que já foi.
Se erros foram cometidos, é necessário corrigi-los, mas de nada adianta escravizar-se ao passado.
Também evita ansiedades pelo que ainda será.
O importante é fazer o melhor no tempo presente.
Desfrutá-lo, em suas inúmeras possibilidades.
Ter ciência de que cabe ao homem disciplinar o próprio viver.
A mídia por vezes trabalha contra isso.
Ela passa a impressão de que o relevante é comprar muitas coisas, frequentar certos locais, distrair-se até a exaustão.
Habitualmente se afirma que o tempo é de ouro, ou que tempo é dinheiro.
Dependendo do enfoque, as assertivas são verdadeiras.
É preciso mesmo dar destinação útil ao próprio tempo.
Mas de forma equilibrada, sem se converter em escravo de atividades que se multiplicam de modo desnecessário.
E também sem se permitir torturar pelo que já foi ou pelo que virá.
Desfrutar o momento que se vive.
Se é horário de trabalho, trabalhar com serenidade, sem se angustiar pelo que ocorre em outros ambientes.
Em casa, desfrutar em paz da companhia da família.
Em momentos de estudo, apenas estudar.
Para viver em paz em meio às tormentas do mundo, é preciso tornar-se senhor do próprio tempo.
Eleger o que merece dedicação em dado instante e fazê-lo com serenidade.
Como disse Jesus, o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
Se o hoje for bem vivido e aproveitado, certamente o amanhã será pacífico.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 07.12.2010

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O bem é incansável


Em uma de suas famosas Epístolas, Paulo de Tarso exortou seus irmãos na fé a que nunca cansassem de fazer o bem.
Ainda hoje, os homens persistem necessitados desse conselho.
É comum encontrar pessoas que se declaram cansadas de praticar o bem.
Reclamam que o proceder justo não produz os frutos desejados.
Bradam contra a ingratidão alheia.
Sustentam que os desonestos e os maus prosperam de forma indevida.
Contudo, semelhantes alegações jamais procedem de fonte pura.
Muitos se dizem amantes e praticantes do bem, mas procuram antes de mais nada satisfazer seus interesses pessoais.
Quando não conseguem atender seus propósitos egoístas, caem em um estado de tédio bem próximo do desespero.
Se amassem o bem, sem qualquer objetivo oculto, ficariam satisfeitos com a correção da própria conduta.
É indispensável muita prudência quando principiamos a cansar do bom combate.
Quando começamos a pensar nos males que nos assaltam, depois do bem que julgamos ter semeado ou nutrido.
Será que agimos corretamente na expectativa de obter privilégios da Ordem Cósmica?
Achamos que a honestidade ou o trabalho devem funcionar como anteparo às dores próprias da condição humana?
Aceitamos viver com dignidade, desde que o caminho siga sempre florido?
O aprendiz sincero do Evangelho não ignora que Jesus exerce Seu ministério de amor sem Se exaurir.
Desde o princípio da organização do planeta, o Mestre labora por todos os seus habitantes, a Ele confiados pela Divindade.
Muitos Espíritos se comprometeram com a construção do bem na Terra, mas recuaram no momento do testemunho.
Incontáveis belas promessas, feitas no plano espiritual, não se concretizaram.
Entretanto, a realização desses trabalhos e promessas funcionaria primordialmente como fator iluminativo dos próprios envolvidos.
Os demais se beneficiariam dos exemplos recebidos, mas a luz brotaria mesmo é no íntimo dos trabalhadores do bem.
Mesmo verificando os desvios e recuos de seus emissários, a paciência do Cristo jamais se esgota.
Ele segue a todos corrigindo, amando e tolerando.
Estende de forma incansável Seus braços misericordiosos e sempre faculta outras atividades renovadoras.
Assim, Jesus tem suportado e esperado através de tantos séculos.
Por que razão não podem homens falíveis experimentar, de ânimo firme, algumas pequenas decepções durante alguns dias?
A observação de Paulo a seus irmãos é justa e persiste atual.
Quem realmente ama o bem não se cansa de praticá-lo e vivê-lo.
Se nos entediamos do bom caminho, trata-se de um desastre pessoal.
Ele sinaliza que não conseguimos emergir do mal que ainda reside em nós.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 11 do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 01.12.2010.

domingo, 30 de outubro de 2011

A alegria dos outros


Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:
Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação.
Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo?
Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa.
O que me falta, Chico?
O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:
Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a “alegria dos outros”! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo...
A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui.
É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a “alegria dos outros”.
*   *   *
Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas que estiveram na Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação?
Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta?
Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.
Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.
Não, essa alegria dos outros, mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele.
É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem.
Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida.
Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.
É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.
Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido:  É este o caminho... Continue...
*   *   *
Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes.
Sejamos os que carreguemos o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais.
E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.

Redação do Momento Espírita, com base em relato sobre episódio da vida de Francisco Cândido Xavier, de autor desconhecido, e que circula pela Internet.
Em 29.11.2010.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

DESTINOS



A árvore generosa eleva-se à beira da estrada.

Os viandantes que passam famintos e exaustos buscam-lhe os frutos.

E, no desvario de suas necessidades, atiram-lhe pedras.

Espancam-na com varas.

Sacodem-lhe os galhos.

Quebram-lhe as grimpas.

Talam-lhe as folhas.

Sufocam-lhe as flores.

Esmagam-lhe os brotos tenros. Ferem-lhe o tronco. Mas, a árvore, sem queixa nem revolta, balou­çando as frondes, doa, a todos que a. maltratam, os frutos substanciosos e opimos de sua própria seiva.

Esse é o seu destino.

*

Também na estrada da existência onde você vive, transitam os viajores da evolução apresentando múltiplas exigências a lhe rogarem auxilio.

E, na loucura de seus caprichos, atiram-lhe pe­dras de ingratidão.

Espancam-lhe o nome com as varas da injúria. Sacodem-lhe o coração a golpes de violência. Quebram-lhe afeições preciosas, usando a ca­lúnia.

Talam-lhe os serviços com a tesoura da incom­preensão.

Sufocam-lhe os sonhos nos gases deletérios da crueldade.

Esmagam-lhe as esperanças com as pancadas da crítica.

Ferem-lhe os ideais com a lâmina da ironia. A todos, porém, sorrindo fraternalmente, apren­da com a árvore generosa a doar os frutos do pró­prio esforço, sem revolta e sem queixa.

*
Espírita, não estranhe se esse é o seu destino.

Quando esteve humanizado entre nós, com amor incomum, esse foi o destino de Jesus, Nosso Mestre.



De "Bem-Aventurados os Simples", de Waldo Vieira - Valérium

A Oração do Justo


"A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" - TIAGO, 5:16.

Considerando as ondas do desejo, em sua força vital, todo impulso e todo anseio constituem também orações que partem da Natureza.

O verme que se arrasta com dificuldade, no fundo está rogando recursos de locomoção mais fácil.

A loba, acariciando o filhotinho, no imo do ser permanece implorando lições de amor que lhe modifiquem a expressão selvagem.

O homem primitivo, adorando o trovão, nos recessos d'alma pede explicações da Divindade, de maneira a educar os impulsos da fé.

Todas as necessidades do mundo, traduzidas no esforço dos seres viventes, valem por súplicas das criaturas ao Criador e Pai.

Por isto mesmo, se o desejo do homem bom é mais uma prece, o propósito do homem mau ou desequilibrado é também uma rogativa. 

Ainda aqui, porém, temos a lei da densidade específica.

Atira uma pedra ao vizinho e o projétil será imediatamente atraído para baixo. Deixa cair algumas gotas de perfume sobre a fronte de teu irmão e o aroma se espalhará na atmosfera.

Liberta uma serpente e ela procurará uma toca.

Solta uma andorinha e ela buscará a altura.

Minerais, vegetais, animais e almas humanas estão pedindo habitualmente, e a Providência Divina através da Natureza, vive sempre respondendo.

Há processos de solução demorada e respostas que levam séculos para descerem dos Céus à Terra.

Mas de todas as orações que se elevam para o Alto, o apóstolo destaca a do homem justo como sendo revestida de intenso poder.

É que a consciência reta, no ajustamento à Lei, já conquistou amizades e intercessões numerosas.

Quem ajunta amigos, amontoa amor. Quem amontoa amor, acumula poder.

Aprende, assim, a agir com justeza e bondade e teus rogos subirão sem entraves, amparados pelos veículos da simpatia e da gratidão, porque o justo, em verdade, onde estiver, é sempre um cooperador de Deus.
 Emmanuel

De "À luz da oração", de Francisco Cândido Xavier - Autores diversos

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


O amigo é uma bênção.
O inimigo, entretanto, é também um auxílio, se nos dispomos a aproveitá-lo.
-0-
O companheiro enxerga os nossos acertos, estimulando-nos na construção do melhor de que sejamos capazes.
O adversário identifica os nossos erros, impelindo-nos a suprimir a parte menos desejável de nossa vida.
-0-

O amigo se rejubila conosco, diante de pequeninos trechos de tarefa executada.
O inimigo nos aponta a extensão da obra que nos compete realizar.
-0-
O companheiro nos dá força.
O adversário nos mede a resistência.
-0-
Quem nos estima, freqüentemente categoriza nossos sonhos por serviços feitos, tão-só para induzir-nos a trabalhar.
Quem nos hostiliza, porém, não nos nega valor, porquanto não nos ignora e sim nos combate, reconhecendo-nos a presença em ação.
-0-
Na fase deficitária da evolução que ainda nos caracteriza, precisamos do amigo que nos encoraja e do inimigo que nos observa. 
Sem o companheiro, estaremos sem apoio e, sem o adversário, ser-nos-á indispensável enorme elevação para não tombar em desequilíbrio. Isso porque o amigo traz a cooperação e o inimigo forma o teste.
-0-
Qualquer servidor de consciência tranqüila se regozija com o amparo do companheiro, mas deve igualmente honrar-se com a crítica do adversário que o ajuda na solução dos problemas do reajuste.
-0-
Jesus foi peremptório em nos recomendando:
"Amai os vossos inimigos". Saibamos agradecer a quem nos corrige as falhas, guardando-nos o passo em caminho melhor.
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Emmanuel